Caros leitores,Ao planejarmos este número, pretendíamos chamar a atenção dos profissionais de saúde do Estado, professores, estudantes e leitores em geral, para as doenças infecciosas, e especialmente as doenças respiratórias e a Influenza. Mas ... Leia mais
Nosso periódico iniciou sua circulação em 1969, sob a direção do Médico Sanitarista Moacyr Scliar. São exatos quarenta anos. Motivo de comemoração. Desde então tem se pautado pela persistência na divulgação de ... Leia mais
Foi com nostalgia e emoção que recebi a notícia dos 40 anos do Boletim da Saúde. Quatro décadas é um período significativo. Na antiguidade, este era, classicamente, o tempo de uma geração. Hoje a expectativa de vida aumentou, mas os 40 a ... Leia mais
Doenças emergentes e reemergentes têm-se constituído em um tema importante para a Saúde Pública. Esperava-se que a urbanização e o desenvolvimento, associados ao envelhecimento populacional, resultassem na eliminação ou redução expressiva da carga das doenças infecciosas e parasitárias. Algumas enfermidades foram, de fato, controladas - pelo uso de vacinas, por exemplo - mas outras têm emergido, por fatores relacionados ao modelo de desenvolvimento econômico, a mudanças climáticas e a práticas do próprio setor saúde, entre outros. No presente artigo, discute-se o conceito de doença emergente e reemergente, os fatores associados e os desafios colocados para o seu enfrentamento. Leia mais
As infecções agudas do trato respiratório são responsáveis por considerável morbidade e mortalidade em seres humanos. Os vírus contribuem para a maior parte das infecções respiratórias agudas. Uma variedade de vírus está associada com as infecções do trato respiratório, sendo que a maioria deles pertence às famílias Paramyxoviridae, Orthomyxoviridae, Picornaviridae, Adenoviridae e Coronaviridae. Um vírus respiratório pode causar uma variedade de síndromes clínicas. Por outro lado, uma síndrome respiratória pode ser causada por mais de um vírus. A maioria das infecções respiratórias são amenas e auto-limitadas, mas algumas podem acarretar risco de vida. Esta revisão discute a epidemiologia, a transmissão, as manifestações clínicas, o diagnóstico, o tratamento e a prevenção das infecções agudas do trato respiratório. Leia mais
Este artigo traça um perfil das hospitalizações por doenças respiratórias em Porto Alegre, a partir das internações pelo SUS ocorridas entre julho de 2005 e junho de 2006. De 102.215 internações hospitalares registradas no período, 12.133 (11,87%) foram por causas respiratórias. Do total, 94.218 hospitalizações (92,2%) puderam ser geo-referenciadas pelo endereço de residência do paciente, sendo 11.151 (8,5%) internações por doenças do aparelho respiratório (DAR). As internações por DAR foram a primeira causa de hospitalização, excluídas as associadas a gravidez, parto e puerpério, e apresentaram importante variação sazonal, predominando nos meses de inverno. O tempo médio de hospitalização foi de 6,86 dias e os pacientes, em sua maioria, foram do sexo masculino, com idade média ao redor de 40 anos. Os coeficientes médios de hospitalização foram maiores nas faixas etárias extremas da vida - idosos e menores de um ano - e em residentes das zonas mais periféricas da cidade, habitadas por grupos populacionais menos privilegiados socialmente. Cabe avaliar, a seguir, o quanto deste achado decorre de desigualdade no acesso a serviços públicos e privados entre residentes dos diferentes bairros, e o quanto expressa real desigualdade na morbidade por DAR entre os bairros de Porto Alegre. Leia mais
Indicadores de saúde usuais ainda pouco informam sobre a variabilidade que possa haver entre sub-grupos populacionais. Identificar variações e agir para reduzi-las favoreceria quedas adicionais nos indicadores médios. Este é um estudo ecológico transversal, que compara riscos de morrer por doenças respiratórias (DAR), realizado no período de 2000 a 2004 em 4 estratos geo-sociodemográficos da cidade de Porto Alegre, definidos de forma a representar bairros/populações distribuídos em quartis aproximados de qualidade de vida, medida por 7 indicadores socioeconômicos (SE) selecionados. De 49760 óbitos estudados (96,5% do total), 5116 (10,3%) ocorreram por DAR. O risco de morrer por DAR foi 50, 80 e 130% mais elevado para populações dos estratos 2, 3 e 4, comparadas à do estrato 1 (com melhores indicadores SE). Ponderadas pelo tamanho dos estratos, estas diferenças de risco representaram para o conjunto da cidade um acréscimo de 70% no risco de morrer por DAR atribuível a condições socioeconômicas piores do que as da população de referência, do estrato 1. Transformada em número de óbitos, estimaríamos que 464 (41,4%) de uma média anual de 1117 óbitos não ocorreriam em Porto Alegre, se as condições SE fossem uniformes e semelhantes às do estrato 1. A proporção de óbitos evitada chegaria a 57% no estrato 4. A vulnerabilidade de sub-populações, tanto quanto as exposições a fatores ambientais como patógenos, por exemplo, é determinante dos níveis e distribuição da ocorrência de doenças. Em Porto Alegre, estas populações mais vulneráveis são as residentes nos setores 3 e 4 da Figura 1. Leia mais
Os vírus da influenza estão entre as causas mais comuns de infecções respiratórias em humanos e estão associados com alta morbidade e mortalidade, especialmente em crianças, idosos e indivíduos com doenças crônicas. Houve três pandemias de influenza durante o último século e cada uma foi causada pela emergência de um novo vírus. Nos últimos anos, vários surtos de infecção pelo vírus da influenza aviária (H5N1) têm sido relatados, aumentando a preocupação com a disseminação de uma nova e altamente fatal pandemia de influenza. Esta revisão discute a epidemiologia, patogênese, transmissão, manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e prevenção da influenza humana e aviária. Leia mais
A influenza (gripe) é uma infecção viral aguda com elevada transmissibilidade e ocorrência mundial. Sua importância deve-se ao seu caráter epidêmico, caracterizado por disseminação rápida e marcada morbidade nas populações atingidas. O vírus influenza é altamente mutável, o que resulta na introdução frequente de novas variantes virais na comunidade, para as quais a população não apresenta imunidade. O Sistema de Vigilância da Influenza no Brasil foi implantado recentemente. Baseia-se em uma estratégia de vigilância sentinela cuja função é monitorar a circulação das cepas nas cinco regiões brasileiras, colaborar na produção da vacina contra a influenza, avaliar o impacto da vacinação contra a doença, detectar, de maneira oportuna, surtos, epidemias e pandemias, e produzir e disseminar informações epidemiológicas. O Rio Grande do Sul conta com três unidades sentinelas, uma na capital e duas no interior do Estado. A vacina é a melhor estratégia disponível para a prevenção das complicações da influenza, proporcionando redução da morbidade, diminuição do absenteísmo no trabalho e dos gastos com medicamentos para tratamento de infecções secundárias. Desde 1999, o Ministério da Saúde assegura vacinação anual contra a Influenza no Brasil, dirigida à população com mais de 65 anos e a alguns grupos considerados de risco tais como presidiários, profissionais de saúde e a população indígena. A vacina contra influenza também está disponível nos Centros de Imunobiológicos Especiais - CRIE para grupos específicos da população. Leia mais
Amostras de secreção nasofaríngea de aproximadamente 4% dos casos de síndrome gripal em crianças e adultos foram coletadas em 2006-2007 em três unidades sentinela do Estado do Rio Grande do Sul (Uruguaiana, Caxias do Sul e Porto Alegre). Vírus respiratórios foram detectados em 249 amostras (32%). Destas, 132 foram positivas para influenza A; 20 para influenza B; 39 para vírus sincicial respiratório (VSR); 11 para adenovírus; 12 para parainfluenza do tipo 1, 3 para parainfluenza do tipo 2 e 32 para parainfluenza do tipo 3. A maior circulação dos vírus influenza no biênio ocorreu em julho em 2006, e junho e julho em 2007. O vírus influenza tipo A foi o mais detectado nos dois anos, com circulação concomitante dos subtipos A/H3 e A/H1. O vírus Influenza tipo B circulou mais em 2006 (p=0.004), especialmente em Porto Alegre (p=0.020). O subtipo A/H3 (A/Arizona/4/06-like) circulou em 2006 e duas outras variantes (A/North Carolina/2/07 e A/Guam/AF1043/07) em 2007. As variantes H1 A/Delawere/2/06-like e A/Busan/3/07 circularam em 2006 e 2007, respectivamente. No mesmo período houve cocirculação das linhagens Yamagata (B/Shangai/36/02-like) e Victoria (B/Malaysia/2506/04) do vírus influenza B. Estudos antigênicos, filogenéticos e comportamento sazonal dos subtipos locais são necessários para aprofundar o conhecimento da influenza no país. Leia mais
Introdução: As tendências seculares na mortalidade por doenças do aparelho respiratório (DAR) e doença isquêmica do coração (DIC) divergiram sempre ao longo dos últimos 100 anos, e entrecruzaram-se algumas vezes em anos de importantes epidemias de Influenza: Nos EUA, ao redor de 1900, a mortalidade por Influenza e a por doenças do coração tem níveis similares. A partir da Pandemia de 1918-19 a mortalidade por DIC aumenta e a por DAR diminui; depois da Pandemia de 1968, a mortalidade por DIC cai e a por DAR aumenta, até 1996-8, quando nova mudança de direção nas tendências parece ter-se iniciado. Métodos: Este é um estudo descritivo da co-evolução temporal da mortalidade e da morbidade hospitalar por DAR e IAM em homens maiores e menores de 60 anos no Estado do Rio Grande do Sul. Resultados: Depois de 1998, a mortalidade por DAR, nos mais velhos, que aumentava, estabiliza-se, e a nos mais jovens, que era estável, cai. As hospitalizações por DAR também caem entre 1998 e 2008. As internações por IAM e todas as doenças do aparelho circulatório aumentam e aparentemente compensam as quedas na linha de base e nos picos sazonais de hospitalização por DAR, mais marcadamente em anos dominados por virus H1 e B. Conclusões: Sugere-se que ocorrências de IAM e internações por doenças cardiovasculares passem a compor, com as DAR, o sistema de vigilância epidemiológica da Influenza, que pode estar tendo repercussão bem maior na morbi-mortalidade populacional do que a estimada pela ocorrência de DAR. Leia mais
Desde o final de 2003, a Organização Mundial da Saúde vem alertando o mundo sobre o risco de pandemia de influenza em função da transmissão de vírus aviário A/H5N1 para seres humanos em países com ocorrência de epizootias em plantéis avícolas comerciais e não comerciais. Até dezembro de 2008, foram relatados 390 casos e 246 óbitos (letalidade de 63,1%). Em função dessa alta letalidade, justifica-se o temor de que possam ocorrer muitos casos e óbitos caso o vírus consiga sofrer mutações que permitam uma eficiente transmissão de pessoa a pessoa. Na região das Américas, até o momento, ainda não foram registrados casos de influenza aviária, tanto nos animais como entre a população humana. Neste artigo descreve-se a situação atual deste problema no Brasil e no mundo, a organização das principais ações preventivas nas áreas de saúde animal e humana e as medidas necessárias para o enfrentamento do problema no Estado do Rio Grande do Sul em forma de Plano de Enfrentamento de Pandemia de Influenza. Leia mais
Este estudo se propõe, através de um diálogo entre História e Medicina, analisar a trajetória da gripe epidêmica e suas implicações na economia, na política, nos conhecimentos médicos, nas atividades cotidianas, nos comportamentos coletivos da época e nas condições sanitárias em que vivia a população de Porto Alegre em 1918. Leia mais
APRESENTAÇÃOEm 1957 o primeiro vírus da pandemia de gripe asiática identificado no Brasil foi de uma amostra coletada em Uruguaiana em 15 de Agosto de 1957, e processada aqui no Estado pela equipe do Dr. Newton Neves da Silva, do então Instituto de Pesquisas Biol&o ... Leia mais
O surto da denominada "Gripe Asiática" atingiu Porto Alegre na segunda quinzena de agosto de 1957, alcançando o clímax no período de 20 a 30 de setembro. Um levantamento domiciliar mostrou que 34% da população, cerca de 170 000 pessoas, adoeceu de influenza. Um inquérito sorológico realizado em 1 201 amostras de sangue, durante e após a epidemia, usando a prova de inibição da hemaglutinação, mostrou que 54% da população foi infectada pelo vírus, tendo portanto 20% dos habitantes feito uma forma frusta, inaparente, da moléstia. Leia mais
O Boletim da Saúde tem como objetivo divulgar a produção técnica e científica e promover a disseminação de experiências para a formação do conhecimento necessário para apoiar os processos de mudança e construç& ... Leia mais