O Fórum Perinatal é uma instância prevista na implementação da estratégia Rede Cegonha,
voltada para a qualificação da atenção materno-infantil e melhoria dos indicadores da
assistência à saúde durante o pré-natal, parto e nascimento, puerpério e abortamento. O
Fórum Perinatal do Rio Grande do Sul constitui-se como um espaço coletivo, heterogêneo e
plural que reúne trabalhadores, gestores, movimentos sociais, controle social e usuários
com o objetivo de compartilhar e potencializar saberes sobre o cuidado em saúde,
qualificando a gestão e atenção dessa rede. A elaboração da metodologia objetivou
estabelecer um modelo de organização que possibilite a participação social efetiva, a
itinerância, descentralização e fomento de fóruns regionais e municipais, mais adequados
para o acompanhamento dos serviços em seus territórios. Este artigo procurou resgatar a
memória das 21 edições realizadas, apresentando o fórum perinatal como um elemento
estratégico e catalisador de processos coletivos de experimentação de socializações
possíveis e desejáveis dentro da implementação de uma política pública. Sua proposta é um
exemplo a ser incorporado na construção das políticas públicas em saúde, uma vez que a
participação social e o trabalho em saúde em formato de cogestão alinham-se com os
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Leia mais
A Visita Domiciliar (VD) constitui uma atividade de assistência à saúde exercida junto aos
usuários, que pode ser entendida como a interação entre profissionais da saúde e ambiente
de cuidado. Este estudo objetivou pesquisar as contribuições da VD para o cuidado em
saúde dos usuários da Estratégia Saúde da Família (ESF) no município de Venâncio Aires, no
interior do Rio Grande do Sul, no campo de atuação da Residência Integrada em Saúde da
Escola de Saúde Pública do Rio Grade do Sul (ESP/RS), com ênfase em Atenção Básica.
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa. Foram
entrevistados profissionais de saúde da equipe mínima que atuam na ESF desse município.
Os dados obtidos foram organizados em categorias e subcategorias, descritos e analisados
por meio da Análise de Conteúdo Temático. Os resultados indicaram que a VD facilita o
fortalecimento de vínculo entre o profissional da saúde e o usuário, proporciona
humanização e integralidade das ações, mudança de comportamentos nocivos e melhora na
qualidade de vida.
Leia mais
A sífilis congênita vem apresentando altas taxas de detecção em todo o país, sendo
considerada, portanto, um grave problema de saúde pública. Sendo assim, o objetivo deste
trabalho foi descrever o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita da 10a Região de
Saúde do Rio Grande do Sul do ano de 2015. Trata-se de um estudo quantitativo,
transversal e descritivo através das variáveis disponíveis nas fichas de notificação do
Sistema de Informação. Os dados coletados foram organizados em uma planilha eletrônica,
sendo, posteriormente, descritos. Foram identificados 752 casos confirmados e 229
notificações de sífilis em gestante relacionadas com os casos de sífilis congênita. A
incidência de sífilis congênita no ano de 2015 na região 10 (23,1/1000 nascidos vivos) foi
superior a todas as outras regiões do Estado, inclusive à taxa estadual (11,2/1000 nascidos
vivos). Os casos confirmados em sua maioria foram provenientes dos municípios mais
populosos, sendo a quase totalidade crianças assintomáticas, nascidas vivas, apresentando
falhas de informação no seguimento. A média de idade das mães foi de 25,42 anos (DP ±
6,6), raça/cor branca, baixa escolaridade (< 8 anos de estudo), acesso ao pré-natal e
ausência de tratamento do parceiro. A incidência da sífilis congênita na região sugere falhas
na implementação de políticas públicas voltadas para a prevenção, dentre elas, a assistência
pré-natal e fatores de vulnerabilidade que necessitam de uma rede de assistência articulada.
A falta de informações em algumas variáveis mostrou a necessidade constante de
qualificação no intuito de conhecer a real situação do agravo na localidade.
Leia mais
A sífilis congênita é considerada um sério problema de saúde pública. No município de Esteio
– Rio Grande do Sul, local da realização desta pesquisa, o número de casos vem crescente,
apesar de contar com toda a estrutura para o cuidado materno-infantil. O objetivo geral foi
identificar potencialidades e fragilidades na Rede de Atenção à Saúde (RAS) referente à
educação em saúde e ao cuidado às gestantes/parceiros com sífilis e seus neonatos. Como
específicos: mapear os serviços relacionados com o atendimento à sífilis em gestante e
congênita; e contribuir com estratégias de educação em saúde para o enfrentamento da
doença. Utilizou-se método qualitativo, tipo estudo de caso. Na primeira etapa, realizou-se
pesquisa bibliográfica, em sites institucionais e bancos de dados do Ministério da Saúde,
para identificar e mapear a RAS. Na segunda etapa, realizou-se 13 entrevistas individuais
com perguntas semiestruturadas, com gestores, médicos e enfermeiros da Atenção Básica e
maternidade, profissional da Vigilância em Saúde e Agentes Comunitários de Saúde. Com a
análise de discurso pretendeu-se compreender a percepção dos entrevistados sobre o
cuidado da sífilis frente à realidade municipal. Como potencialidade verificou-se que os
trabalhadores têm papel fundamental nas políticas de saúde e ensino na saúde e como
fragilidades, aspectos referentes ao financiamento e estrutura da RAS. Emerge a
complexidade relacionada a uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) considerando as
dimensões técnica, de gestão, política, pedagógica, mas principalmente as questões
individuais e sociais.
Leia mais
Este estudo avaliou o perfil de nascidos vivos com sífilis congênita precoce na adesão à
terapêutica de seguimento, para investigar possíveis falhas que acarretaram na transmissão
vertical. Toda a análise foi feita na vigilância epidemiológica do município de
Cachoeirinha/RS, no ano de 2017. Estudo epidemiológico descritivo com abordagem
quantitativa. A coleta de dados foi realizada no município de Cachoeirinha (RS) no período
de março a maio de 2018 com os dados fornecidos pelo protocolo de investigação de casos
de sífilis congênita precoce elaborado pelo Ministério da Saúde do Brasil em 2014. O perfil
descrito encontrou 16 crianças com peso em média de 3,248 kg e idade média de 8,9
meses; em sua maioria, são assintomáticas ao nascer 12 (75,0%). No protocolo foi
observado que as mães dessas crianças, são mulheres com 25,7 anos em média, brancas 13
(81,2%), com baixa escolaridade (9,5 anos de estudo) e de baixa renda 6 (37,5%), que
realizaram o pré-natal 14 (87,5%); e o esquema de tratamento para prevenção da
transmissão vertical 10 (62,5%). Neste sentido, verificou-se que em Cachoeirinha há
desafios quanto à qualidade da assistência ao pré-natal oferecido. A eliminação da sífilis
congênita depende da qualificação na assistência à saúde, portanto, a educação permanente
dos profissionais em saúde envolvidos no cuidado pré-natal deve ser estimulada, a fim de
promover o diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento dos pacientes,
para alcançar o objetivo de prevenir a sífilis congênita.
Leia mais
Objetivo: Identificar as dificuldades encontradas pelas mães na amamentação que
contribuem para o desmame precoce. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo
exploratória descritiva, onde foram entrevistadas 10 mães, que amamentam ou
amamentaram, com filhos de até um ano e meio. A coleta foi realizada por meio de
entrevista semiestruturada. Resultados: Na categoria “Orientação do profissional de
enfermagem no pré e pós-parto” a maioria das entrevistadas não teve nenhuma orientação
de enfermagem durante a gravidez. Quanto ao tema “O início da amamentação” a maioria
relatou ter tido dificuldade na amamentação, com fissuras, dor, mamilo plano, dificuldades
na pega do bebê e a demora da descida do leite. Sobre o assunto “Percepção da mulher
sobre a amamentação” todas entrevistadas falaram sobre o aumento do vínculo e do prazer
e importância de estarem amamentando. Na categoria “Volta da rotina x trabalho” foi
referido que as dificuldades, o medo, a insegurança, ansiedade e até mesmo o estresse de
ter que voltar a trabalhar, podem prejudicar a amamentação. Conclusões: As principais
dificuldades encontradas que contribuem para o desmame precoce são as particularidades
com as mamas (em relação às fissuras e à dor), a ansiedade, o estresse, a adaptação no
início, a falta de informações e a volta ao trabalho. Fica evidente a importância do papel da
enfermagem nesse processo, assegurando uma assistência integral voltada para o conforto
e bem-estar do binômio mãe e bebê, visando um atendimento qualificado, humanizado e
eficaz, com o intuito de evitar que aconteça o desmame precoce.
Leia mais
A prevalência de partos prematuros no Brasil é de 11,7%, ocupando a vaga de décimo lugar
entre os países que mais nascem prematuros, conforme Organização Mundial da Saúde. A
prematuridade é multifatorial, em que há relação com aspectos socioeconômicos,
psicossociais e biológicos, tendo influência das características maternas, condições da
gestação, fatores ambientais. O nascimento pré-termo ocasiona complicações à saúde do
recém-nascido, como doença da membrana hialina, hemorragia intracraniana, enterocolite
necrotizante, retinopatia da prematuridade, sepse de início precoce e de início tardio,
distúrbios respiratórios. O objetivo do estudo foi verificar a prevalência de recém-nascidos
prematuros em uma maternidade referência estadual de atenção à gestante de alto risco,
com uma amostra constituída por 234 recém-nascidos e suas respectivas mães, na cidade
de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, durante o mês de março de 2015. A prematuridade foi
de 12% (28) dos nascimentos. Identificou-se como fatores de risco para a prematuridade a
escolaridade materna e doença hipertensiva na gestação. Verificou-se que os prematuros
nasceram com medidas antropométricas menores, necessitando de mais procedimentos
invasivos, exames laboratoriais e de imagem; e, ainda, necessidade do uso de CPAP nasal e
baby puff. Por isso, o encaminhamento dos prematuros com mais frequência à Unidade de
Neonatologia. Conclui-se que há necessidade de conhecer a prevalência e os possíveis
fatores associados à prematuridade para prestar um atendimento qualificado.
Leia mais
O desenvolvimento humano é um processo de adaptação constante, que acontece com
maior intensidade na infância, sendo influenciado por múltiplos fatores. A internação
hospitalar pode agir de forma negativa nesse processo, principalmente se ocorrer de modo
recorrente ou prolongado. Muitas internações pediátricas podem ser evitadas, desde que as
crianças tenham diagnóstico e tratamento precoces, mediante assistência adequada. Este
estudo teve como objetivo identificar a prevalência de internação no primeiro ano de vida e
os fatores associados em crianças assistidas em Unidades Básicas de Saúde do município de
Gravataí. A amostra do estudo foi constituída por 50 crianças nascidas entre 2016 e 2017, e
foram identificados cinco casos de internação. Foi aplicado um questionário semi-
estruturado, a fim de pesquisar as condições de saúde da criança durante a gestação e o
primeiro ano de vida, o período de amamentação, a frequência à creche, a convivência da
criança com fumantes e a história familiar de asma, e também foi investigada a condição
socioeconômica familiar e o nível de instrução materna. Não houve associação entre o
desfecho internação hospitalar e as variáveis pesquisadas. Embora a amostra não tenha sido
representativa para um estudo de prevalência, os resultados corroboram à necessidade de
acompanhamento sistemático da criança e à identificação dos fatores relacionados à
internação no primeiro ano de vida para as melhores práticas dos profissionais de saúde
envolvidos no cuidado, principalmente no que diz respeito ao planejamento de estratégias
de prevenção e promoção da saúde dessa população.
Leia mais
Objetivo: O presente estudo tem por objetivo analisar, por meio da produção científica
disponível, como é o cuidado com a família da criança na oncologia, os principais
sentimentos dos cuidadores e os elementos dos cuidados realizados pela equipe.
Metodologia: A metodologia baseou-se em revisão bibliográfica, que buscou nas bases de
dados LILACS e BDENF, para a qual foram incluídos artigos científicos em língua portuguesa
e disponíveis na íntegra, publicado no período de 2012 a 2018 e que contemplam o objetivo
da pesquisa em seu resumo. Resultados: A análise de 14 artigos deu origem a duas
categorias: os principais sentimentos dos cuidadores diante da patologia dos filhos e os
elementos do cuidado realizado pela equipe de Enfermagem com os familiares. Conclusão:
Tais estudos demonstraram que, para alcançar um nível satisfatório de assistência a uma
família, é necessário, em primeiro lugar, conhecê-la. Em segundo, construir o vínculo de
confiança capaz de inserir a família de maneira espontânea no tratamento da criança. Essa
condição de vínculo com a equipe de Enfermagem possibilita o melhor enfrentamento da
doença para a família.
Leia mais
As Leis Orgânicas da Saúde instituem o princípio de participação da comunidade na gestão
das políticas públicas, sendo os enfermeiros, sob a perspectiva de profissionais crítico-
reflexivos, engajados com o seu papel social são atores em potencial no fomento ao controle
social na saúde. O presente trabalho tem por objetivo conhecer as ações que são realizadas
pelos enfermeiros com vistas ao fomento do controle social em um distrito sanitário de Porto
Alegre, bem como as facilidades e dificuldades encontradas no processo. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa de caráter exploratório por meio de entrevistas com enfermeiros de
Estratégia de Saúde da Família de um Distrito Sanitário de Porto Alegre. O estudo identificou
que o enfermeiro atua no controle social pela sua função de gestor da Unidade de Saúde,
não foi identificado representação de trabalhadores. O vínculo de relação que estabelece
entre enfermeiro e comunidade aparece como facilitador significativo para aproximar os
usuários ao controle social. Observa-se que a ação mais prevalente voltada ao controle
social realizadas pelos enfermeiros foi convidar a população a participar das plenárias do
conselho local de saúde. Assim, faz-se necessário buscar experiências exitosas e estratégias
de fomento à participação nos espaços instituídos do controle social. Os resultados
expressos nesta pesquisa possibilitam um movimento inicial de análise e reflexão da
atuação de Enfermeiros de Estratégia de Saúde da Família na construção do controle social
enquanto espaço de participação popular.
Leia mais
O presente artigo buscou relatar uma experiência de intervenção realizada por meio de uma
parceria entre um Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) e uma Unidade Básica
de Saúde (UBS) na cidade de São Leopoldo, no estado do Rio Grande do Sul. A intervenção
teve como objetivo fortalecer a relação familiar de gestantes e mães com filhos recém-
nascidos. Durante os encontros buscou-se refletir sobre a interconexão dos sistemas e a
influência desses na vida dos sujeitos; refletir acerca da construção social da família;
promover a sociabilidade; aprimorar as relações intra e interpessoais; construir reflexões
sobre o sentimento de pertencimento e de individuação; problematizar as expectativas dos
papéis e crenças familiares; facilitar o debate acerca da existência e composição dos
subsistemas familiares e da transição ecológica; e facilitar o debate acerca das fronteiras
familiares. Os encontros foram realizados na sala de espera dentro do espaço da UBS
enquanto as mães e grávidas aguardavam por consulta ginecológica. A perspectiva
psicológica utilizada foi a sistêmica, partindo de uma visão ecológica do desenvolvimento
humano. Como resultados, identificou-se que a população possui crenças acerca dos temas
trabalhados que vão ao encontro das hipóteses defendidas pela literatura utilizada.
Concluiu-se que a existência de grupos de sala de espera é benéfica para a população, que
defende a existência de mais intervenções nesse sentido.
Leia mais
